segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O planejamento - parte 2

Fomos falar com o arquiteto que fez o nosso projeto arquitetônico, que também é construtor. Conversamos muito e deixamos claro que o mais importante seria o prazo. Decidimos fazer a casa no sistema EPS, onde as paredes vem prontas em estruturas de isopor e ferro, o concreto é colocado por cima desta estrutura. É mais rápido para construir e 30% mais em conta.

Tivemos muitos problemas com a empresa deste arquiteto, a Risk Design.

Ele não nos deu a atenção que deveria ter dado, atrasou em dois meses uma obra que teria que ficar pronta em 3 meses. Ele não tem uma equipe dele, pega um marceneiro ali, um vidraceiro em outro canto, gesseiro em outro e por aí vai. Enfim, quem se lascou fomos nós.

E continuávamos a tentar preencher o formulário de requisição de visto.

O tempo foi passando e chegou o dia da Celia passar uma semana em São Paulo.

Decidimos alugar um carro de sete lugares para levar todos os animais conosco, 2 cachorros e três gatos. E fomos todos para Cruzeiro, na casa da dona Laura, minha sogra.

A viagem foi longa e cansativa mas correu tudo bem.

No dia seguinte Celia iria para São Paulo passar uma semana e eu e Dudu ficaríamos na casa da dona Laura.

É assim foi. A semana correu tudo bem, Dudu curtiu com a vovó, visitou o vovô que fez pipa para ele e deu um baú todo decorado com pirogravuras, feitas por ele mesmo.

No penúltimo dia a Vagá deu uma mancada enorme. Eu, dona Laura e Dudu saímos para visitar umas amigas da dona Laura e quando voltamos a Vagá havia destruído as portas da casa. Neste momento dona Laura desistiu de ficar com ela.

Acho que a Vagá percebeu que eu a deixaria com a dona Laura e não aceitou.

Resumindo, Vagá teve que voltar conosco para Brasília. Era mais uma coisa a se pensar. O que faríamos com ela? Não havia mais tempo de preparar a documentação e mesmo assim, era possível que ela fugisse no meio da viagem para Londres, aí ela poderia sumir de vez.

Conversei com a Rita, uma amiga que é cuidadora e protetora de cães. Combinamos um preço e a Rita cuidaria dela até a nossa volta.

E como o tempo não para, o dia do embarque estava chegando. Nada estava dando certo e no dia 10/09 Célia teve que embarcar sozinha para Londres.

Antes dela embarcar conseguimos preencher o formulário de requisição do visto, mesmo com milhares de dúvidas.

Meu passaporte saiu e fui dar a entrada no pedido de visto. Muitas traduções juramentadas e documentos. Fui até o local para dar entrada no visto e não deu certo.

Tínhamos que ter preenchido duas requisições, uma para mim e outra para o Dudu, além de ter que levá-lo junto. Isto não dizia em lugar nenhum no site da embaixada inglesa. Outra coisa, havia uma tal de taxa de urgência, 630 reais. Caso se pague está taxa toda a documentação vai para São Paulo para ser analisada, caso contrário vai para Bogotá e demora mais ou menos uns 15 dias para voltar.

No primeiro dia que deixei a Vagá na Rita ela comeu a máquina do portão e foi eletrocutada, ficou um minuto mais ou menos tomando choque, chegou a desmaiar, quase morreu.

Tive que construir um canil com barras de ferro tipo portão de casa para que a Vagá não arrebentasse e colocar uma máquina nova no portão da Rita. Foi mais uma grana.


sábado, 26 de novembro de 2016

O planejamento

Assim que chegamos em Brasília começamos a pensar na radical mudança de país.

A primeira coisa era decidir se iriamos para Londres ou Nova Iorque. Tínhamos a preferência de escolha pois Celia passou em primeiro lugar. Escolhemos Londres, e foi bom pois o colega da Celia que passou em segundo lugar preferia Nova Iorque.



Temos cães e gatos, um filho de 2 anos e meio, apesar de que, morávamos de aluguel em Brasília, tínhamos uma casa inteira montada. Sofás, camas, geladeiras, tv's, mesa, estantes, livros, fogão, enfim, tudo que se tem em uma casa bem completa.

Não temos parentes em Brasília. Então teríamos que fazer uma mudança das nossas coisas para o interior de São Paulo. 

Antes disso, o mais urgente, e meio complicado, era organizar a documentação dos nossos pets, pois íamos levar todos.

Pegamos dicas com o Naka, nosso colega que Celia iria substituir em Londres. Ele havia levado dois gatos para lá.

Primeiramente foi o susto com os custos. Cada animal ficaria mais ou menos 5 mil reais só para levar.

O prazo estava curtíssimo. Tínhamos 3 meses para arrumar tudo pois Embarcaríamos em 9 de setembro.
Começamos a correr atrás da documentação dos pera. Era preciso colocar micro chip em cada um deles, fazer a vacinação de raiva e após 30 dias fazer uma sorologia desta vacinação. A sorologia seria enviada para São Paulo e demoraria 40 dias para voltar. Além disso, precisávamos fazer a contratação de uma empresa exportadora de pets. Era preciso também caixas de transportes especiais, padrão IATA. Esta empresa também contactaria outra empresa em Londres para receber os animais. 

Dona Laura, minha sogra, se ofereceu para ficar com uma das cadelas. Eram 2 cadelas e 3 gatos. Nossa conta baixaria 5 mil reais.

Fiz a micro chipagem dos 3 gatos e de uma cachorra. Mel, Doutor, Gatinho e Vagá respectivamente. Vacinei todos e esperamos os 30 dias para fazer a sorologia. 

Neste meio tempo deu entrada no meu passaporte pois o mesmo venceria em 2017. Estudamos a requisição de visto também, muito complicado para preencher todos os campos do site, perguntam tudo de sua vida.

Passados os 30 dias, retornei na veterinária para a coleta de sangue e o envio do material para São Paulo para fazer a sorologia. Os animais estavam em jejum pois era necessário.

Chamei um amigo, Eduardo, para me ajudar a levar os animais. Emprestei caixas de transporte da Rita. As amostras de sangue foram colhidas é tudo correu bem.

2 dias depois a veterinária me pediu que eu retornasse com a vagá pois a amostra de sangue dela não foi suficiente. Pois bem, retornei com a Vagá, porem havia me esquecido que era necessário jejum de 12 horas. A veterinária, muito gente boa, ofereceu para que a vagá passasse a noite lá, não seria cobrado nada pelo pernoite.

No dia seguinte fui buscar a donzela. A veterinária disse que a vagá comeu a tela de arame de dois canis e arrancou a barra de ferro de um terceiro. Vagá nunca havia ficado presa em lugar algum.

Passado umas duas semanas a veterinária me ligou dizendo que a amostra também não havia dado certo. A preocupação aumentou pois não havia mais tempo hábil para eu providenciar os procedimentos com a cã.

Continuávamos a estudar os procedimentos de visto para mim é o Dudu. Continuava complicado e tínhamos muitas e muitas dúvidas quanto ao preenchimento dos formulários no site.

Os animais sairiam da casa da minha sogra, em Cruzeiro, mais próximo de São Paulo, cidade onde se encontrava a empresa exportadora de pets.

Então, teríamos que levar os animais para Cruzeiro para serem coletados pela exportadora.

Célia tinha que passar uma semana na sede da empresa onde trabalha para conhecer e socializar com todas as áreas. Aproveitaríamos a ida para São Paulo para levarmos os animais para Cruzeiro.

Após explicarmos toda a complicação, custos e problemas que tivemos com os procedimentos para os animais, mais uma vez minha sogra se ofereceu para ficar com todos os pets.

Nos aliviou bastante e apesar de já termos gasto uma boa grana com procedimentos que não seriam usados, deixaríamos de gastar outra bela grana com o resto do transporte.

A notícia que meu passaporte demoraria 60 dias para sair nos deixou malucos. Nos formulários de requisição de visto era preciso colocar o número do passaporte, portanto teríamos que esperar sair o passaporte para dar entrada no visto.

Neste meio tempo em meio a tantos outros meios tempos, surgiu uma ideia: ao invés de fazermos uma mudança com todas as nossas coisas para Cruzeiro, gastar uma grana boa e incomodar a sogra, porque não construirmos a edícula da nossa casa para guardar tudo que temos até voltarmos? Já tínhamos um terreno e um projeto arquitetônico.

Um dia iriamos construir mesmo, além de resolver o problema de não ter onde guardar as nossas coisas, não gastaríamos com mudança de ida e volta para Cruzeiro e teríamos onde morar quando voltássemos do exterior. Resolveria varios problemas de uma só vez. Batemos o martelo e decidimos construir.

No próximo post continuo a história.

O início de tudo

No começo do ano de 2016 Célia veio me dizer que haveria uma seleção interna  em seu trabalho para ser correspondente em Londres ou Nova Iorque.

Ela me perguntou se eu toparia encarar mais esta aventura. De pronto respondi que sim. Aí começou tudo, muitos planos, pensamentos, etc.

Ainda não era certeza que iríamos pois dependia dela ser aprovada na seleção.

Já tínhamos uma viagem marcada para a África do Sul em Maio (http://aventurasnaafricadosul.blogspot.com.br) Então decidimos focar na correspondência internacional um pouco mais para a frente. Além do que, tinha todos os testes e provas e ela teria que passar, só depois disso é que a coisa ficaria concreta.

Após uma bateria de provas, entrevistas e testes, arrumamos nossas malas e fomos para a nossa tão sonhada viagem para a África do Sul, eu Célia e Dudu, ele tinha 2 anos e 4 meses.

No dia 9 de maio, aniversário da Celia, estávamos em Durban e recebemos a notícia de que ela tinha sido aprovada. O gelo na barriga tomou conta de nos.

Continuamos nossa viagem que findaria em 30 de maio. Afinal de contas nada adiantaria pensar na correspondência internacional durante a viagem para a África do Sul.

Quando retornamos da viagem foi a hora de pensar em tudo.

Acompanhem no próximo post.